sábado, 6 de setembro de 2008

Micro Audio Ondas


Quando me vi de bilhete na mão para assistir ao concerto de ontem dos Micro Audio Waves no Cinema da Batalha no Porto pensei que devia estar a passar-se algo de errado comigo... A verdade é que conhecia muito pouco do trabalho da banda. Junte-se ainda o facto de que sempre fui um bocado céptica em relação à música electrónica: só a considerava aceitável em quantidades moderadas. Até então a imagem que tinha deste colectivo era, digamos, 75% electrónica (índice demasiado elevado para o meu ouvido); 25% de um "rock" experimental no qual só acreditava graças à permanência do Flak nas lides da guitarra. O grande "empurrão" foi a presença daquele magnífico espécimen que muito aprecio que se dá pelo nome de The Legendary Tiger Man. A curiosidade ia-me matando: como raio é que eles se vão entender em palco?...
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O trio (Claudia Efe, vocalista; Flak, guitarra; e Carlos Morgado na componente digital) fez-se acompanhar de Fred na bateria e Francisco Rebelo no baixo. De destacar, a vocalista, que num estilo retro em tons vermelhos que destacavam a sua farta cabeleira loira, tem uma presença marcante, não só no que toca aos movimentos ora robóticos ora eléctricos com que aos poucos se vai soltando; ora pelos contrastes entre a energia e a melancolia que vai protagonizando de acordo com os ritmos que vão saindo do palco. Flak é também um elemento que se vai destacando ao longo do concerto com guitarradas que ditam a viragem para sonoridades que apelam ao tal rock alternativo (e tornam as canções menos chatas e mais audíveis, diria...). É difícil "rotular" (e ainda bem, confesso) o som produzido pelos Micro Audio Waves uma vez que é possível numa só canção adivinhar a presença de variados géneros, pelo que me fico por um índice mais confuso do que o que levava na cabeça à entrada do concerto... Para a memória ficaram especialmente Curl Like a Cannonball e Long Tongue que me apaixonaram, sendo que Fully Connected foi também um momento muito agradável, talvez pela presença de todos em palco que animou bastante o público.
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As surpresas, essas, foram muito boas! Além do DJ Ride (cuja prestação prefiro não comentar porque não aprecio / não conheço / não percebo desta arte) e do já esperado The Lagendary Tiger Man, que com o colectivo nos presenteou com um dos momentos mais altos da noite num cover de Suicide; brindou-nos ainda com a sua sempre animada, enérgica e irónica presença Rui Reininho, o homem com a maior pronuncia do norte que brilha onde quer que apareça...
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A repetir?... Possivelmente.
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(Como ainda não perdi a vergonha para publicar os vídeos horríveis que às vezes faço deixo uma captura feita num outro concerto realizado em Leiria no início do ano)

(Long Tongue)

3 comentários:

Anónimo disse...

Apesar de não conseguir ver o video (acho que a esta hora o servidor está p'ros copos; amanhã tentarei de novo) o artigo está excelente.
Eu conheço muito bem o Flak, a Claudia Efe e o Morgado. O trio é excelente! Só a preguiça me impediu de os ir ver mas fizeste bem em lá estar (eu insisto em tratar-te por tu como a todos, desc por isso). O Reininho, apesar de ter essa pronuncia de que falas e eu aprecio é um bocado parvalhote. O Tiger man está a ter cada vez mais piada e merece ser levado a sério, mesmo.
Beijinhos

Menina Marota disse...

Ainda bem que puseste o vídeo... porque assim ilustraste melhor do que falas...
Sinceramente, aprecio músicas mais calmas... já me basta aturar as preferências do filhote cá em casa... e se calhar muitas serão exactamente destas... ;))

Beijinho e bom domingo

Afonso Sade disse...

Como costuma dizer a amiga "Maya", não negue à partida uma ciência que desconhece. ;)

E qto ao Rui Reininho, estavas a falar a sério?

;p