terça-feira, 31 de março de 2009

Se eu ficasse mas era quietinha!!!....

Este resultado é bem feito, para eu aprender a não ser curiosa quando encontro coisas "engraçadas"! A culpa em parte é dela, que desencantou esta piadola e a publicou, mas esta é uma daquelas situações em que se eu estivesse quietinha era uma casa cheia!

sábado, 28 de março de 2009

Diz que é uma espécie de programa de rádio...


Oceano Mota é a última aquisição do plantel da grande RUC e tem direito a entrada directa na equipa principal. Hugo Alfredo Gomes avança com uma aventura radiofónica que diz que é "uma espécie de Oceano Pacífico mais negro" a celebrar-se às quintas-feiras entre as 23:00 e a 01:00. O podcast da primeira emissão, do dia 26 de Março, já está disponível e é muito aconselhável. É caso para marcar encontro semanal em 107.9 FM ou http://www.ruc.pt/.
.
Por aqui deixo uma amostra de pequenos pedaços de amor (porque segundo o locutor no fundo é disso que ali se trata) que podem ser saboreados todas as semanas em mais uma aposta vencedora da RUC.

Bem-Estar às Meias-Doses

(Foto: Olhares)
O copo, que não consegues definir se meio cheio se meio vazio, foi-te servido de uma bebida que não a tua; apesar da estranheza daquele néctar que te deixa um sabor amargo ao fim de cada trago, o álcool que te vai invadindo o sangue parece estar a funcionar como relaxante e essa sensação agrada-te. Apesar de te rodearem pessoas que te enchem as medidas o vazio dentro de ti deixa-te numa indiferença que te incomoda porque a tua natureza não te deixa conviver com nadas. A tua canção começa e esboças um sorriso interior de esperança que ela tenha chegado para te salvar a noite mas nesse momento vês por entre rostos um de alguém que hoje não te apetece mesmo encontrar e inventas uma repentina necessidade de ir à casa de banho de onde só consegues ouvir fragmentos do teu som. O terceiro, o quarto, o quinto copo daquela bebida estranha começam a preencher-te por dentro e quando sentes que ao fim do próximo gole vais conseguir alcançar a porta de saída desse mundo sem nada reparas que naquele mar etílico jaz um qualquer insecto e decides com um estalo de desilusão abandonar aquela promessa de bem-estar envenenada numa esquina qualquer. Desistes de fugir à solidão e sais pelas ruas dessa cidade de "lampiões tristes e sós" que apesar de tua como sempre hoje te deixa com um arrepio de medo daquelas sombras belas e daquele vento quente que te costuma deixar numa euforia deliciosa de quem quer senti-lo todo entranhar-se pelo corpo. Caminhas a passo largo para o carro e sais depressa das ruas que tantas boas lembranças te trazem. Agora que circulas pelos limites da cidade de onde vês apenas resquícios de vida lá dentro nas luzes que deixam rastos no canto dos olhos, com o coração mais calmo, desaceleras e descontrais o corpo da tensão que há pouco te consumia. O conforto de a veres de fora agrada-te e aquele momento teu está a fazer-te bem, mas por entre o fumo do cigarro vislumbras a incerteza e descobres que não sabes se estás feliz. Sentes entrar por ti adentro uma invasão de desespero porque não cabes nessa dúvida e sem ter a certeza de que é isso que queres vais para casa. O corpo e a cabeça estão exaustos e deixares-te cair ao abandono na cama soube-te bem, trazendo uma sensação de liberdade deliciosa, mas agora que estás entregue à escuridão os olhos não se fecham para dormir: um trago agri-doce paira sobre o teu espírito que sai do teu corpo e dança para ti uma canção que te embala mas também desassossega...

terça-feira, 17 de março de 2009

Visions of a dark paradise

Eles estão de volta aos palcos e trazem disco novo. Ramp, um dos mais sérios e respeitáveis símbolos do Metal nacional anda na estrada e Visions, o novo trabalho do colectivo do Seixal, está aí cheio de força e de um encantamento fenomenal.
.
Rui Duarte, Ricardo Mendonça, Tó Pica, Paulo e Fernando Caveira deram no passado sábado um Senhor Concerto no Kastru's Bar em Esposende e além do que há de novo não faltaram os hinos que nos lembram a razão pela qual a banda que celebra agora 20 anos de carreira tem dos fãs um respeito inigualável só à altura dos melhores. Estes Masters da tela metálica nacional continuam a dar cartas e Visions está aí para o provar.
.
Desta experiência ao vivo há a destacar pela gerência cá do tasco o poder de sempre do vocalista Rui Duarte e a postura hipnotizante de Fernando Caveira que reforça fortemente toda a envolvência e profundidade dos 5 elementos do colectivo.
.
Para já Blind Enchantment, o primeiro registo do 6º álbum, tem-me presa a esse fantástico mundo de trevas encantadas.
.
Para saber mais nada como seguir-lhes os passos e ir até um dos concertos que esta digressão oferece. Por mim, a dose repete-se no Sá da Bandeira.
.
Follow You é um dos temas que integram Visions e cá fica para espicaçar apetites.

Ventos Animais sopram em território Rebelde


Ele é cantor, faz consultadoria jurídica, é actor, participa em programas de rádio, edita livros e sabe-se lá o que mais... Como se tudo e mais alguma coisa não bastasse, é uma voz poderosa com uma opinião firme e respeitada sobre o panorama musical português que muito boas bandas escutam como se da palavra sagrada se tratasse.
.
É desta vida cheia que Adolfo Luxúria Canibal certamente irá falar na próxima edição do Portugal Rebelde que se celebra amanhã entre as 22:00 e as 24:00 na Douro FM, numa conversa onde serão sem dúvida mencionados assuntos como o lançamento do DVD com os Contos de Maldoror, a digressão dos Ventos Animais e muitos outros projectos dos seus Mão Morta.
.
A não perder.
.
Até lá, cá fica um dos hinos da banda que não faltaram no concerto memorável do passado dia 6 de Março no Sá da Bandeira que abriu a digressão de Ventos Animais.



(E Se Depois)

terça-feira, 10 de março de 2009

O mundo aos olhos de quem não (quer) ve(r)


Já diz a sabedoria popular que o pior cego é aquele que não quer ver. Não é de todo carente de prova científica este ditado para que haja nele uma enorme verdade!
.
E tamanha é a dor de apreciar o triste espectáculo da submissão, da humilhação, da condição voluntária de inferioridade a que se presta alguém cuja auto-infligida cegueira não deixa ver nada que não uma espécie de criatura endeusada a quem todo o poder sobre si é servido em bandeja real para que o seu caminho seja o caminho iluminado pela mão divina...
.
E o resto do mundo?... E os atalhos?... Os caminhos alternativos?... As outras criaturas que respiram o mesmo ar?... Que doença é esta que parece cegar com um falso brilho intenso e vai correndo pelas veias até destruir a voz dos outros, o aroma das flores, o sabor do algodão-doce, a textura de um sorriso amigo?...
.
Pergunto-me porque há tanto quem se vergue à submissão de não ver mais nada além desse brilho. Pergunto-me que tamanho terá o medo de desiludir a divindade com a simplicidade de se ser humano...



(Do I disappoint You, Rufus Wainwright)