Já diz a sabedoria popular que o pior cego é aquele que não quer ver. Não é de todo carente de prova científica este ditado para que haja nele uma enorme verdade!
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E tamanha é a dor de apreciar o triste espectáculo da submissão, da humilhação, da condição voluntária de inferioridade a que se presta alguém cuja auto-infligida cegueira não deixa ver nada que não uma espécie de criatura endeusada a quem todo o poder sobre si é servido em bandeja real para que o seu caminho seja o caminho iluminado pela mão divina...
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E o resto do mundo?... E os atalhos?... Os caminhos alternativos?... As outras criaturas que respiram o mesmo ar?... Que doença é esta que parece cegar com um falso brilho intenso e vai correndo pelas veias até destruir a voz dos outros, o aroma das flores, o sabor do algodão-doce, a textura de um sorriso amigo?...
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Pergunto-me porque há tanto quem se vergue à submissão de não ver mais nada além desse brilho. Pergunto-me que tamanho terá o medo de desiludir a divindade com a simplicidade de se ser humano...
(Do I disappoint You, Rufus Wainwright)
4 comentários:
Assim se vai construindo o divino: submissão, insegurança e receio.
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que texto mulher, uau...... fiquei sem palavras.
Grd bjo *
há tanto tempo k não venho aqui à blogosfera k agora vejo o que tenho perdido: O Rufus está perfeito e o blog continua lindo.
tenho uma absoluta paixão por esta música!
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