quarta-feira, 20 de maio de 2009

Limpar ou não limpar... Que se lixe a questão!

Hoje pela manhã apercebi-me que andava a gastar muita água no duche. Percebi que tentar apagar pessoas e memórias da alma me andava a corromper a pele de tanto a esfregar e que o fazia tão furiosamente que acabava por esquecer que o mais importante para me manter jovem, fresca e hidratada era ter a capacidade de massajar cada momento e deixá-lo penetrar suavemente na pele para que pudesse acalmá-la e alimentá-la de lições e exemplos frutíferos para o futuro. O tempo e a água que desperdicei irritaram-me de tal forma a alma que lhe perdi a doçura e a maturidade. Por fim apercebo-me que se ali estão é porque num momento da minha história encheram as folhas do meu caderno de cores alegres. E porque o fizeram merecem um lugar em mim. Por isso decidi fazer um uso sustentável do banho: com menos água e mais carinho vou parar de tentar arrancar da pele as pessoas e memórias que estão tatuadas na minha pele. O melhor de tudo isto é que resultado salta à vista na primeira sessão e já sinto uma enorme leveza da qual não me quero mais separar.


Para banda sonora deste registo deixo-vos o meu adoradíssimo Antony, em jeito de homenagem à noite mágica vivida no passado sábado no Theatro Crirco (que ao que parece se repetiu em magia no Porto e em Lisboa).

sábado, 16 de maio de 2009

Apontamentos

* A ausência já vem sendo o meu estado natural perante os mais diversos factores da minha vida, mas há muito para vos falar e quando o ano académico terminar este blog e todos os que sigo vão ser espremidos até à última gota no regresso aos meus pequenos grandes prazeres.
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* Tenho andado a ouvir a Geração da Matilha, o novo álbum de Mundo Cão, e estou muito bem impressionada com o novo trabalho da grande banda que Braga viu nascer.
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* Hoje vou ver o concerto por que sonhei desde o início deste ano. Antony and The Johnsons. Theatro Circo. Braga. Vou chorar baba e ranho!
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* Ontem, nas "tasquinhas" montadas para a comemoração do 10º aniversário elevação da minha terrinha a vila, descobri que há um Hino às Rachonas, as mulheres nogueirenses de quem ouvia pela voz da minha avó as aventuras da subida aos pinheiros com cordas para apanhar pinhas para pôr uma malga de sopa na mesa às famílias. E senti um enorme orgulho das minhas raízes.
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Não negas a companhia
Quando chega alguém
Recebes com fidalguia
A quem te visita por bem
De raiz aventureira
Sempre hospitaleira
Generosa e audaz
Inundas a Terra inteira
Com trabalho, amor e paz
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(Refrão)
Rachona, de ventre sagrado
Muito amargurado
De nossos avós
Rachona, transmites a imagem
Da força e coragem
De nossos avós
Rachona, és a lealdade
E a sinceridade
De nossos avós
Rachona, tu és a primeira
Tu és de Nogueira
Tu és só p'ra nós
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Amas a quem te procura
Menina briosa
Brotas amizade pura
envolta em aroma de rosa
Ias com o teu bicheiro
Trepar ao pinheiro
De forma atrevida
Ah! Valentíssima mulher
Arriscaste sempre a vida
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(Refrão)