sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Encontros felizes em dia de passeio pela Lua

Hoje tive um encontro feliz com a colecção Frente e Verso organizada pela Visão que por 0,50€ (!) disponibiliza à quinta-feira uma colecção de 8 livros de autores de língua portuguesa que de um lado trazem prosa e do outro poesia. (Não há desculpa para não consumir Arte!!!) Autor de verdadeiras delícias que muito aprecio, Mia Couto veio também ele, mais uma vez ao meu encontro e ao folhear as páginas da sua poesia tive novo feliz encontro, desta vez com uma personagem que outras vezes tenho visto evocada noutras formas de Arte. Há dias assim!

O primeiro astronauta
devia ter sido
Silvestre José Nhamposse

Só ele
teria sacudido os pés
à entrada da Lua

Só ele
teria pedido
com suave delicadeza:
- dá licença?

"O Primeiro Astronauta", Setembro de 1983


sábado, 21 de fevereiro de 2009

Estranha forma de vida

Ela não é uma. Ela é muitas elas que vão alternando na posse do corpo dela e ela é todas e não é nenhuma. Ela guarda fechada a sete chaves nas catacumbas de si ela própria que não mostra jamais a ninguém e é ela que é feliz. Nesse seu mundo fechado elas não entram e ela tira delas o melhor que cada uma delas tem para ser ela própria e se poder fechar no seu espacinho onde canta, dança, sorri e é feliz. Ela, que ninguém conhece, é um ser livre e ela é quem manda nelas. Ela ordena que elas a deixem ser ela.

(Eighties Fan, Camera Obscura)

(Ok, a música não tem por onde se lhe pegue para o texto... Mas apeteceu-me e pronto!)

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009


Rugas (ao vivo) - Humanos

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Madame Godard: nuit de chansons fatales


É impossível resistir ao ritmo imposto pelos 5 senhores de Viana do Castelo. Mesmo as canções mais calmas entram no cérebro com ordem para fazer o corpo dançar.

E foi com canções fatalmente contagiantes que os Madame Godard nos encheram ontem no Armazém do Chá onde deram um Senhor Concerto: Juvenal Vieira, Pedro Amaro, Paulo Oliveira, Paulo Gonçalves e José Ribeiro protagonizaram um tempo indefinido de um som retro carregadinho de inovação brindado ora por trompete, por violino ou por teclado, ora pela genial combinação de todos...

Vale a pena gostar de Madame Godard. Pela frescura, pela cor, pela alegria, pela liberdade. Fantástico, Senhores!

(Hardly Alone)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Óptimo dia para se estar vivo...

Acordei com uma invulgar boa disposição... Sinto-me mais viva que nunca e capaz de mimar todos os gatos pretos, de partir todos os espelhos que me apareçam à frente, de dizer um seguro "até já" aos meus amigos no cimo de uma ponte, de entrar em todas as portas com o pé esquerdo, de atirar com a minha bolsa para o chão e os sapatos para cima de uma mesa e saltar para o espaço e dançar, dançar, dançar... Hoje apetece-me sorrir guardada por uma inquebrável felicidade!

(E é claro que estes senhores ditam o ritmo alegre e solto do meu passo!)

(Beirut: Elephant Gun)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Noite Yeah!


O Passos Manuel é por natureza O espaço de eleição da gerência aqui do tasco na noite do Porto. Mas com propostas como esta, não há meio de resistir. Próximo sábado, a não perder.




segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Vivemos num mundo tão pequenino...


Com uma banda sonora arrepiante e uma história cruelmente bela.





"Perda" (Nereikalingi Zmones), com Valda Bickute, Kostas Smoriginas, Dalia Micheleviciute e Andrius Mamontovas. Direcção de Maris Martinsons. 2008

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Manias...

Ela desafiou-me a pensar nas minhas manias e a partilhar 5. E não é que o Ser Humano é uma criatura cheia de manias?... Então cá vão:

1. Perfeccionismo. Chega mesmo a ser irritante. Não sendo propriamente uma pessoa que dá e vende tempo, perco por vezes tempo desnecessário com as chamadas "mariquices" que tantas vezes eram dispensáveis.

2. Incumprimento de horários. Sou uma atrasada! Raríssimas são as vezes que chego a horas a uma aula ou ao trabalho. Muito por culpa, creio eu, das "mariquices" de que falava acima...

3. Altruísmo ingénuo. Esta deve ser a pior de todas! Tenho a mania de querer proteger os aparentemente mais desfavorecidos e normalmente aposto nos cavalos errados: em vez de ajudar quem efectivamente precisa, dou uma mãozinha a pessoas que abusam da sua condição para tirar proveito da boa vontade dos outros... (Ai, que as minhas amigas da faculdade vão adorar esta!..... :p)

4. Desconstrução de preconceitos. Esta mania tem-me dado reais dores de cabeça, nomeadamente em discussões cuja divisão de opiniões é: a favor: eu / contra: todos os outros intervenientes... Mas a verdade é que se há coisa que não suporto é ouvir falar mal de ciganos, emigrantes, sem-abrigos, prostitutas e drogados sem sequer se questionar por que razão as coisas são como são... Enfim! Coisa de mediadora sócio-educativa!

5. Uso abusivo das palavras. Não que seja de me expressar muito, mas, e especialmente na escrita, uso tão abusivamente as palavras que às vezes tenho a sensação que as desgasto e as ideias acabam por se perder...

(E porque rir é também uma boa mania vejamos quais são as manias dos pobres segundo Caco Antíbis, da velha e maravilhosa série Sai de Baixo)

E, como não poderia deixar de ser, cá ficam as vítimas que se seguem para pensar no assunto: maricid, tangled_up_girl, jane, espinhos e outras flores e gohst 79.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Your Mind is a Palace

Ontem reencontrei ao acaso o filme "Angela's Ashes". Conheci esta história há uns belos anos: li o livro (auto-biográfico, de Frank McCurt), vi o filme (com direcção de Alen Parker), apaixonei-me. O pequeno Frankie e a sua família são a personificação quanto a mim perfeita da pobreza extrema vivida nos rudes bairros pobres da Irlanda católica por onde se passeiam criaturas abandonadas à sorte de um Deus cujos seus representantes lhes lamentam a sorte e os procuram guiar na coragem de um dia partirem para a salvadora América. Enquanto tal sonho não se realiza há que sobreviver nas condições menos dignas que se pode imaginar e agarrar-se à máxima de que "your mind is a palace". Vale a pena espreitar aquela realidade.