quarta-feira, 29 de outubro de 2008

"Os vossos dias de abundância estão contados"


"Os Edukadores". Aconselho vivamente.



"Manche menschen andern sich nie"....

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Viagem ao país da Imaginação


É segunda-feira (esse, que devia ser definitiva e oficialmente declarado o Dia Semanal da Telha) e o cinzento parece ter-se abatido decididamente no exterior. Tudo aborrece e todos ajudam, mesmo sem ser essa a intenção. Chove torrencialmente lá fora e anoitece mais cedo.
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Fecho os olhos. Vejo-me sair do meu corpo. Há uma viagem a começar.

Saio à rua e começo a sentir entrar-me pelos cabelos e pela roupa a chuva que cai violentamente. Os meus tons acinzentados começam a sair com a sua passagem e ganho cores vivas que se destacam nas paisagens pluviosas. Sabe bem sentir os pingos grossos tocarem-me o rosto, os pés chapinham nas poças, abro os braços para que a tempestade me inunde totalmente! Sinto-me viva e sorrio, e rio, muito, cada vez mais! Ao longe começa a fazer-se ouvir uma canção alegre... Está a aproximar-se! Ouço cada vez melhor e agora também o som me inunda! Começo a dançar; e a cantar, como se nada mais existisse, danço muito e canto e sorrio e sinto-me melhor que nunca!

Vultos começam a aproximar-se... Ao longe pareciam cinzentos mas agora que os vejo melhor também eles pareces ganhar cor! E também se começam a mover ao som da música! Rostos familiares! São os meus amigos, as minhas amigas... Tanta gente conhecida! Estão todos aqui!!! E outros tantos que não conheço... Somos uma multidão! Todos dançamos e cantamos e sorrimos e rimos e sentimo-nos bem!

Sinto-me tão feliz........

Há sempre um lugar neste mundo onde podemos ser felizes. Nem que seja no país da Imaginação.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

wow!.....

Não costumo partilhar situações desta natureza mas a que hoje vivi foi interessante... Senti-me regressar às origens da minha escola musical cuja responsabilidade coube sempre ao meu pai e com ele tive momento inigualável.

Estava eu a encordoar apressadamente antes de seguir para o trabalho quando o meu velhinho, que se encontra em transição de depressão para estado de euforia (consequente da doença bipolar que já o habita há vários anos), entretido com as suas inúmeras aparelhagens de que se lembra sempre que fica eufórico, pegou num dos seus velhos vinis e colocou no prato... Quando ouvi os primeiros acordes de "Circle of Hands" tudo parou e senti um delicioso aperto no coração! Olhei para ele e pensei: "Bolas, como eu gosto disto!" Há anos que não ouvia Uriah Heep e rapidamente esqueci o trabalho por fazer e lá saltei para o pc para ensinar mais algumas das maravilhas da tecnologia ao meu velhinho mostrando-lhe logo uma quantidade infindável de vídeos da banda no youtube aos quais, também ele, reagiu com um flashback: enquanto íamos passando por "Easy livin' ", "Gipsy", "July Morning" e tantas quantas nos apareceram à frente ele ia exclamando: "eeeeiiih! deixa lá ouvir este solo do teclista! eh, pá, esta voz é tão boa! olha, ainda hoje acho que foi o melhor concerto que vi em Portugal!" "Onde foi isso, mesmo?..." "[remetendo a memória para a juventude] Foi no Porto, no Pavilhão Infante Sagres, perto da Boavista... pronto, este e os dois seguidos dos Genesis, no tempo do Gabriel... eh, pá! espectáculo..."

Enquanto acabei o trabalho que tinha deixado ainda ouvi mais umas quantas, com aquele ruidozinho delicioso do vinil por entre a explosão de sons saídos de todo aquele sistema brutal de colunas que se calaram durante estes anos enquanto cantávamos, os dois, alto e lembrando antigamente, as letras que afinal ainda sabíamos de cor...

Cheguei atrasada ao emprego com esta brincadeira, mas valeu pela vida!


(Uriah Heep, Easy Livin')

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Hello, my name is human

Deve ser do frio. (O frio serve de desculpa para todas as nossas dores....) Hoje preciso de paz, preciso que se calem as vozes, que o meu pensamento vá à rua e me deixe só; preciso de deixar cair cansado o corpo em ferida no sofá e de me deixar comover pela inércia. Preciso de esquecer que o mundo gira e que não é suposto eu poder parar. Preciso de contrariar a minha insistente companhia na caminhada dos outros. Porque enquanto caminho sorridente e distraída não me permito perceber que eles aceleram o passo... Hoje preciso de aceitar que às vezes também sou deixada para trás.

(Sol Seppy, Human)

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O poder hipnotizador do som


A expectativa era tal que as horas (e até os dias) que antecederam o concerto foram de um nervoso miudinho que me chegou a irritar. Ora bolas, só ia assistir a um concerto! Mas a verdade é que não era um concerto qualquer. Era Novembro!

A curiosidade que me levou a procurar a banda no início do ano, a forma como desde a primeira audição me senti fatalmente ligada, as transformações na formação, a criação da Novembro P1... Tudo isto (e muito, muito mais) me transportou até Guimarães com um nível de expectativa que nunca tive antes. E que dizer agora, em hora de balanço, de um concerto que me fez levitar num momento de magia em que a entrega, ora da banda, ora minha, ora de tantas outras pessoas que se deslocaram ao Centro Cultural Vila Flor por Novembro, foi de uma totalidade e devoção incríveis?....

As únicas notas negativas foram parte do público, que não conseguiu compreender o privilégio que estava a ter, e a compreensível escassez de tempo de concerto (uma vez que a nova formação dispôs de pouquíssimas oportunidades para se preparar e adaptar, tendo sido por isso forçada a deixar de lado algumas das canções do álbum, como Gastei Contigo as Palavras ou À Deriva, e outras não lançadas no primeiro registo do colectivo como Abandono ao Crepúsculo ou Vagabundo das Horas).

Se por um lado a novidade da formação encurtou o tempo, por outro serviu de exemplo para perceber a qualidade e a harmonia entre os elementos que encaixaram muito bem: Miguel Filipe (que dispensa apresentações) conta no seu "Exército de Fantasmas" com a força de Rui Alves na bateria (também a trabalhar com J.P. Simões e Vitorino), Hugo Leitão no teclado, Diogo no baixo e João Portela na guitarra (o resistente da formação que gravou o álbum À Deriva ao lado do mentor Miguel Filipe).

As maiores diferenças, para mim que sou uma leiga, notaram-se talvez no baixo e na bateria: ambos com uma presença mais forte e mais constante, mesmo nas canções que no registo de estúdio não entravam. Também a voz do líder do projecto soa de uma forma bem mais intensa no registo ao vivo, e por isso também (ainda) mais envolvente.
O decorrer do concerto foi um desenrolar de emoções que fizeram levitar as almas mais devotas. Se nas primeiras duas canções (Jornada dos Passos Cegos e Solidão a Dois) se notou um nervosismo geral, quer da banda, quer do público que demorou a acalmar, a partir de Plenitude todo o cenário se transformou num mundo mágico por onde se flutuava ao som de melodias que numa linguagem de trevas transmitiam uma beleza perturbante. Grande momento com "Plenitude" (possivelmente pela minha adoração a esta canção), "Leva-me Daqui" e a finalizadora e estrondosa "Algemas".

Quanto à Novembro P1, diria apenas que me tornei fã daquele som eléctrico com que soavam as nossas notas tão portuguesas.... É muitíssimo difícil descrever algo tão novo e tão intenso. O vídeo que se segue traz uma pequeníssima amostra do som que Miguel Filipe arranca da sua "menina". No fim, digerindo o momento que acabara de viver, só o consegui qualificar de hipnotizador...

Bravo, Senhores!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Já te levantaste hoje?


Hoje, dia 17 de Outubro é o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza. Em solidariedade com o movimento Levanta-te venho hoje pedir a quem me lê que o faça também. "Em 2007, mais de 43 milhões de pessoas levantaram-se para exigir aos líderes mundiais que cumpram as suas promessas para acabar com a pobreza e desigualdade. Portugal contribuiu com mais de 65 mil vozes nesta iniciativa." Este ano era muito bonito que muitos mais se juntassem a esta luta pois 2015 aproxima-se velozmente sem que muitas das promessas feitas tenham a acção à vista. Urge, portanto, que nos levantemos e façamos os governos honrar as suas palavras.
Não convencidos? Relembrem-se então os números:

- 980 milhões de pessoas vivem com menos de 75 cêntimos por dia e quase metade da população mundial (2,8 mil milhões) vive com menos de 1,5 € por dia.

- Mais de 800 milhões de pessoas vão para a cama com fome todos os dias... 300 milhões delas são crianças. Desses 300 milhões de crianças, apenas 8% são vítimas de secas ou outras situações de emergência; mais de 90% sofre de má nutrição de longo prazo e deficiências de micronutrientes.

- A cada ano, seis milhões de crianças morrem de subnutrição antes de completarem cinco anos de idade.

- Mais de 50% dos africanos sofre de doenças relacionadas com a água, como a cólera e a diarreia infantil.

- A cada 30 segundos, uma criança africana morre de malária – num total de mais de um milhão de mortes infantis por ano.

- A cada ano, entre 300 e 500 milhões de pessoas são infectadas com malária. Cerca de três milhões de pessoas morrem como resultado.

- A África Subsariana tem apenas 4% dos trabalhadores de saúde, mas 25% do peso mundial de doenças. As Américas têm 37% dos trabalhadores de saúde, mas apenas 10% do peso mundial de doenças.

- Mais de 1 a cada 4 pessoas adultas não conseguem ler ou escrever. Dois terços delas são mulheres.

- As mulheres trabalham dois terços das horas de trabalho no mundo, produzem metade da comida do mundo, mas recebem apenas 10% da renda mundial e possuem menos de 1% da propriedade privada mundial.

- Quatro em cada dez pessoas no mundo não têm sequer acesso a uma simples latrina. Cinco milhões de pessoas, a maioria delas crianças, morrem em cada ano devido a doenças ligadas ao contacto com a água.

- 2,6 mil milhões de pessoas não têm acesso a condições sanitárias dignas. O Objectivo de Desenvolvimento do Milénio 7, de providenciar metade do deficit global de condições sanitárias, partindo dos níveis de 1990, apela para a extensão das mesmas a mais de 120 milhões de pessoas por ano até 2015.

(Fontes: Relatório de Desenvolvimento Humano 2003, 2005 e 2006, Indicadores do Milénio, Projecto do Milénio, FAO, UNESCO – Relatório de Monitoramento Global 2007, Campanha pela Educação, UNAIDS, UNICEF)
(Dados retirados do sítio no Movimento Levanta-te)
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Então?... Ainda confortavelmente instalados nas vossas cadeiras?...
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Parem lá de pensar que o vosso humilde gesto não serve de nada!

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Quem te avisa, teu amigo é!

Este assunto já foi várias vezes referido aqui na toca, mas uma vez que o momento se aproxima é sempre bom lembrar os mais esquecidos que é já no próximo sábado (hora prevista 23:00) que os Novembro actuam no café-concerto do CCVF em Guimarães.


Não esquecer que além de este ser o primeiro concerto da banda no Norte, temos ainda direito a bombom com a apresentação da Novembro P1.

Vá lá, apareçam! Aqueles que ainda não perceberam muito bem a minha dedicação a esta sonoridade depois do concerto vão certamente começar a compreender.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Uma mão cheia de verdades

Além, claro está, da mensagem, a quantidade de questões sociológicas que este vídeo levanta é fabulosa... Para ver, sentir, identificar-se e, acima de tudo, reflectir....

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Resumo alargado dos últimos dias e previsão até domingo


Desde sexta-feira a minha vida tem sido: encordoar.











Não, não tenho feito mais nada. (Excepto, claro, saciar as necessidades básicas, como a fome ou o sono, quando há tempo para isso; e higiénicas, claro!)

Prometo que quando o Solverde Tennis Cup onde estou a trabalhar como encordoadora oficial terminar regresso à minha actividade blogosférica e actualizo todos os posts e comentários nos blogs amigos que tenho em atraso.

Nat Adderley - Work Song)