terça-feira, 30 de setembro de 2008

Declaring myself a full in love


Hoje dei comigo a gostar de mim. Não sei se foi do casaco novo ou da saída vitoriosa de uma discussão atribulada. O que sei é que hoje quis namorar-me, mimar-me, fazer-me feliz... Olhei-me muitas vezes e sorri-me; achei imensa piada às olheiras que até me pareceram dar um toque maroto de quem anda a dormir pouco; pisquei-me o olho; admirei-me os passos leves e seguros; achei-me bonita...

Hoje, por momentos, senti-me apaixonada: admirei as nuvens de algodão no céu azul, sorri ao rio que me correspondeu com o brilho dos raios de sol nas águas onduladas, interrompi o meu percurso para correr com as crianças no parque, ri alegre com expressão de perdão para o condutor que quase me atropelou na passadeira, rebolei na relva, dancei uma valsa circense, senti-me uma tonta feliz.... Hoje enamorei-me de mim.

(Até chegar ao emprego!...)


(Madame Godard: Queens Of The Twilight)

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Ele há coisas do diabo...

Primeiro dia de aulas do último ano. O sentimento de insegurança e medo do futuro que estamos quase a alcançar está estampado no rosto e na preocupação de todos. Pretendo queimar o tempo que resta da hora de almoço a ouvir a minha música e a ler o livro que peguei da estante dos livros em espera onde o fora deixando para trás durante uns quatro anos. Abro-o e o primeiro contacto que tenho com a leitura é este:

"Mais tarde ou mais cedo, a vida há-de aparecer-me à frente e eu salto-lhe ao caminho. Como um leão."
(Harold Conti, Argentina)

Talvez o sentido me tivesse passado ao lado ou de leve se tivesse escolhido o livro noutra altura da minha vida. Mas peguei-o sem pensar duas vezes nesse dia. E ele trouxe-me as palavras que precisava de ouvir! Venha ela!

Haverá melhor exemplo das aparições repentinas da vida na nossa existência do que os ingleses The Zimmers?

sábado, 20 de setembro de 2008

Ruídos de um Peixe motorizado

A corrida contra o tempo revelou-se inútil. A hora de intervalo entre a saída do trabalho e a hora marcada para o concerto de Peixe:Avião no auditório do Passos Manuel podia ter dobrado mas nem o facto de não ter jantado para chegar a tempo me causou qualquer tipo de arrependimento pelo sacrifício. Sabia ao que ia e estava certa que ia gostar.

O ambiente, bastante mais intimista que o palco do ventoso Festival do Barco, compôs-se em poucos minutos e as cadeiras do Auditório ficaram quase todas preenchidas para receber os meninos de Braga que andam a intrigar o ouvido de muita boa gente.

A "Espera é Um Arame", por isso mal os 5 elementos se instalaram no palco a viagem começou. Respeitando o alinhamento do álbum lançado na passada segunda-feira foram aterrando com especial engenho em "Frio Bafio", "Camaleão" (com uma tímida participação de Ana Deus) e "Barbitúrica Luz".


Se ao longo da apresentação das 10 canções do álbum 40.02 fui sentindo a presença da muito falada influência de Radiohead na sonoridade da banda, quando o "Interlúdio" encheu a sala de um som hipnotizante que esbugalhou os olhos da assistência, a sonoridade foi completamente nítida na influência da genialidade experimentalista dos primórdios Pink Floyd em tempos de rock psicadélico de que "Live at Pompeii" (1972), um muito aconselhável documento em formato de vídeo, é testemunha.

A fechar a mesma canção que marcou a primeira vez que vi Peixe:Avião: "Tirar e Volta a Dar", da qual deixo um registo em vídeo captado no mesmo espaço no início deste ano.
Vão longe, estes meninos.


quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Quando for grande quero ser bombeira!

Obrigada ao Nigmatic que me fez ganhar o dia com esta!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Piada do dia

Após várias horas de fila de espera (em que se amontoaram inscrições de primeiros anos com anos seguintes e todos os afins) para a conclusão das inscrições nessa digníssima instituição pública que é a FPCEUP, algumas das (muitas) colegas que não tiveram a mesma sorte que eu na moderníssima inscrição online para as turmas através de um super SIGARRA que esteve um ano em preparação para este novo modo de funcionamento que se revelou o mais chocante dos falhanços, traduzido no caos dos corredores cheios de filas da faculdade, ouviram a seguinte resposta: "nós na secretaria não podemos fazer nada, vai ter de continuar a tentar online". Nota importante: estamos a dois dias do final dos prazos.

O mais engraçado: há disciplinas opcionais cujas vagas estão a ser rapidamente preenchidas, não por alunos internos, mas por alunos de outras faculdades, significando isso que em alguns casos alunos internos terão que ir fazer disciplinas opcionais OBRIGATORIAMENTE a outras faculdades, se é que querem o número médio anual de ETC's cumprido (e viva a mobilidade!)...


Mais engraçado ainda: a culpa é lançada pelos serviços académicos ao SIGARRA, esse pobre bicho informático, que não tem voz para se defender nem moral por que se guiar.


E agora pergunto-me: os quase 1'000.00€ anuais que cada aluno paga só de propinas não fazem merecer ao menos algum respeito?...

É nestas andanças de carrocel que se encontra o ensino superior público!

terça-feira, 16 de setembro de 2008

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Quando os diamantes se apagam...


"Londres, 15 Set (Lusa) - O teclista Richard Wright, um dos membros fundadores dos Pink Floyd, faleceu hoje, de cancro, aos 65 anos, informou o seu porta-voz.
Wright, também conhecido por Rick Wright, nasceu em Londres em 1943 e entrou para os Pink Floyd em finais dos anos 60, participando no primeiro álbum do grupo, "The Piper at the Gates of Dawn", em 1967, com Syd Barrett, Roger Waters e Nick Mason.
Dave Gilmour juntou-se à banda em 1968 e Barrett saiu pouco tempo depois.
Com esta nova formação, os Pink Floyd atingiram um dos pontos mais altos da sua carreira em 1973, ao lançarem o álbum "The Dark Side Of The Moon", no qual Rick Wright teve uma importante prestação e que se manteve na lista dos mais vendidos nos Estados Unidos durante mais de um decénio.
Com a "impressão digital" de Roger Waters bem evidente, "The wall", de 1979, foi outro dos grandes êxitos do grupo.
Rick Wright afastou-se, por essa altura, Waters sairia também, algum tempo depois, mas o teclista regressou em 1987, participando a partir de então noutros álbuns, nomeadamente em "The Division Bell", e em tournées do grupo.
Os Pink Floyd voltaram a reunir-se em 2005, pela primeira vez em 24 anos, no concerto Live 8 em Hyde Park em Londres.
RMM.
Lusa/fim"

E assim se apagou a luz de um crazy diamond....

domingo, 14 de setembro de 2008

Na companhia de Theraphosidaes

Ontem quando saí de casa encontrava-me numa encruzilhada de possibilidades musicais... Rumar a norte, ao interior, a sul ou ficar-me pelas terras de Santa Maria era questão de me desenvencilhar das dúvidas e perceber aquilo que me pedia o ouvido para a noite. Deixei os novos sons alternativos e as bandas batidas de lado e parti rumo à old school que se faria ouvir ao longo da noite em Mancelos, concelho de Amarante, por onde iriam passar esses Senhores do Metal português que já fazem carreira há tantos anos quantos eu existo: falo, senhoras e senhores, de Tarântula.

Não os via há uns valentes 12 anos e mal ouvi os primeiros acordes da guitarra de Paulo Barros tive a certeza que tinha feito a melhor escolha: A banda de Valadares (Vila Nova de Gaia) continua a justificar os kms de estrada para assistir a concertos que nos elevam nos riffs enlouquecidos, nas letras de canções que há anos se tornaram hinos e no gozo imenso de ver que a idade pode estar a passar por todos mas que a vontade de continuar a fazer soar bem alto as notas da velha escola continua a correr-nos, a todos, no sangue.

Paulo Barros, por muito boa gente considerado o melhor guitarrista português, justifica sem qualquer esforço porque tantos companheiros procuram a sua escola e lhe seguem os passos; Luís Barros, leva os sons da sua bateria ao infinito numa pose que inspirou alguns dos meus amigos que tentam a carreira na bateria; Zé Aguiar, muito bem-disposto, como sempre, sempre pronto para posar para a foto, conduziu com o seu baixo a fanfarra metálica com o claríssimo à-vontade que as quase três décadas de experiência o dotaram; Jorge Marques, com a compreensível barriguinha, inexistente por alturas do primeiro concerto que na época até me fazia suspirar ais adolescentes, nota-se dono de uma voz continuadamente cuidada e poderosa, a qualquer momento preparadíssima para dar provas da sua qualidade entoando os hinos da história da banda.

Grandes momentos (embora difíceis de separar num excelente concerto na sua totalidade): You Can Always Touch The Sky e a versão de You Shook Me All Night Long, dos inspiradores AC/DC.

Uma vez que não encontro vídeos no youtube (e ainda não perdi a vergonha para publicar os meus), convido quem não conhece a visitá-los no myspace e a dar uma vista de olhos na carreira da banda enquanto vai ouvindo excertos de algumas das suas obras.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

"Ever Feel Like You Were Being Held Back?"

"Chain 2", desenho gentilmente autorizado por Jesse Bear Rebock.




Haverá maior sensação de desconforto que a de sermos impedidos de fazer algo de bom por aquilo em que acreditamos em nome do benefício de quem detém poder?.....



(Line Rider "Claustrophobia"; música "Hand of Time", ReflectionTheory )

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Remember Rua Sésamo

Esta pode ser a minha prova pessoal mais chocante de como a língua portuguesa pode ser muito traiçoeira...
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Desde muito pequena, no tempo em que a Alexandra Lencastre fazia papeis de boazinha e encantava a rapaziada, tive um grande respeito pela mensagem que esta música transmitia, sendo que era um valente instrumento de auto-confiança para quem pudesse eventualmente sentir-se mal na pele que vestia...
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Enfim, admito que ainda hoje quando a canto ganho uns quantos olhares desconfiados, como quem diz, "hein???"
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Atente-se ao refrão e qualquer dúvida ficará imediatamente dissipada.

Lembranças do Vimus 2008


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Terminou ontem a 2ª Edição do Vimus, Festival Internacional de Vídeo Musical realizado na Póvoa do Varzim, por onde passaram alguns dos melhores videoclipes nacionais e internacionais do último ano e também uma mão cheia de documentários e retrospectivas.
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Além das qualidades óbvias de um evento do género para esta arte (refiro-me à divulgação e ao reconhecimento), não poderia deixar de aplaudir o facto de a entrada ser livre, o que facilitou a presença não só de quem se deslocou propositadamente à Póvoa para o evento, mas também de quem acabou por entrar pela curiosidade e ficar pelo interesse que as rodagens despertavam.
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Na memória ficam dois dos videodocumentários em competição que apreciei especialmente, talvez por funcionarem um pouco como instrumentos de denúncia da censura, da repressão, dos abusos de poder e de tantos outros atentados à liberdade que em pleno Século XXI acontecem em determinados países num silêncio assustador.
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Music Partisans (Miroslaw Dembinsky; Polónia; 2007)
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Sounds Of Silence (Amir Hamz & Mark Lazars; Irão, Alemanha, Reino Unido; 2007)
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sábado, 6 de setembro de 2008

Micro Audio Ondas


Quando me vi de bilhete na mão para assistir ao concerto de ontem dos Micro Audio Waves no Cinema da Batalha no Porto pensei que devia estar a passar-se algo de errado comigo... A verdade é que conhecia muito pouco do trabalho da banda. Junte-se ainda o facto de que sempre fui um bocado céptica em relação à música electrónica: só a considerava aceitável em quantidades moderadas. Até então a imagem que tinha deste colectivo era, digamos, 75% electrónica (índice demasiado elevado para o meu ouvido); 25% de um "rock" experimental no qual só acreditava graças à permanência do Flak nas lides da guitarra. O grande "empurrão" foi a presença daquele magnífico espécimen que muito aprecio que se dá pelo nome de The Legendary Tiger Man. A curiosidade ia-me matando: como raio é que eles se vão entender em palco?...
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O trio (Claudia Efe, vocalista; Flak, guitarra; e Carlos Morgado na componente digital) fez-se acompanhar de Fred na bateria e Francisco Rebelo no baixo. De destacar, a vocalista, que num estilo retro em tons vermelhos que destacavam a sua farta cabeleira loira, tem uma presença marcante, não só no que toca aos movimentos ora robóticos ora eléctricos com que aos poucos se vai soltando; ora pelos contrastes entre a energia e a melancolia que vai protagonizando de acordo com os ritmos que vão saindo do palco. Flak é também um elemento que se vai destacando ao longo do concerto com guitarradas que ditam a viragem para sonoridades que apelam ao tal rock alternativo (e tornam as canções menos chatas e mais audíveis, diria...). É difícil "rotular" (e ainda bem, confesso) o som produzido pelos Micro Audio Waves uma vez que é possível numa só canção adivinhar a presença de variados géneros, pelo que me fico por um índice mais confuso do que o que levava na cabeça à entrada do concerto... Para a memória ficaram especialmente Curl Like a Cannonball e Long Tongue que me apaixonaram, sendo que Fully Connected foi também um momento muito agradável, talvez pela presença de todos em palco que animou bastante o público.
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As surpresas, essas, foram muito boas! Além do DJ Ride (cuja prestação prefiro não comentar porque não aprecio / não conheço / não percebo desta arte) e do já esperado The Lagendary Tiger Man, que com o colectivo nos presenteou com um dos momentos mais altos da noite num cover de Suicide; brindou-nos ainda com a sua sempre animada, enérgica e irónica presença Rui Reininho, o homem com a maior pronuncia do norte que brilha onde quer que apareça...
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A repetir?... Possivelmente.
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(Como ainda não perdi a vergonha para publicar os vídeos horríveis que às vezes faço deixo uma captura feita num outro concerto realizado em Leiria no início do ano)

(Long Tongue)

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Para as minhas amigas....

Há dias em que somos assaltados por uma tremenda lamechice e sentimos necessidade de a expor. Possivelmente porque ultimamente tenho sentido saudade das que estão longe, alegria com o reencontro das que regressam ou reaparecem, prazer com o encontro de novas, penso ser talvez uma boa altura para homenagear todas as minhas amigas / irmãs da vida, assim como as novas amigas blogosféricas que fiz e por quem sinto um carinho muito especial. Todas têm dado uma cor e uma energia muito bela à minha vida, essa que só o mundo feminino consegue irradiar quando a amizade é sincera.

Obrigada pela vossa brilhante existência.


(Antony and The Johnsons, You Are My Sister)